Hans Hornig nasceu em 1943, em Görlitz, na então Alemanha Oriental. Iniciou seus estudos em Belas Artes na Kunstakademie Dresden, em 1961. Posteriormente, morando na Itália, formou-se pela Escola Pública de Arte do Ministério da Cultura da Itália, com especialização em Restauração de Quadros Antigos.

Em fuga dos assombros da guerra e da miséria, Hornig trabalhou como artista de rua por mais de cinco décadas, peregrinando por diversos países da Europa, Estados Unidos e Brasil. Ele reproduziu obras de artes famosas nas calçadas e desenhou de forma minuciosa a arquitetura dos lugares por onde passou, criando registros documentais de cidades e monumentos históricos com bico de pena e tinta nanquim. Como retratista, desenhou pessoas de diversas origens e etnias.

Na década de 1970, o artista conheceu a província de Lecce, na Itália, onde viveu por sete anos dedicado a registrar a arquitetura barroca de palácios, igrejas e prédios públicos. Trinta das obras originais desse período foram reunidas na exposição “Hornig e a alma perdida de Lecce”, realizada em 2024, no Museu Castromediano, em Lecce.

Hornig chegou ao Brasil em 1986 e estabeleceu-se na Santa Teresa, um dos bairros mais boêmios da cidade do Rio de Janeiro. Atuou como desenhista e retratista, documentando as paisagens urbanas com seus desenhos em nanquim. Em meados de 1990, o extinto Jornal do Brasil celebrou o trabalho do artista com uma reportagem em página dupla intitulada “O alemão que pinta o Rio”.

Suas obras integram coleções no Brasil e no exterior, incluindo o Museu Histórico de Lecce e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que o convidou para ilustrar o castelo da Fundação em comemoração aos seus 108 anos. Seu desenho da Ponte Golden Gate, nos Estados Unidos, foi escolhido para ilustrar a capa da revista comemorativa do 50º aniversário da construção.

Atualmente, Hornig vive em Paraty com sua esposa, onde permanece criando desenhos inspirados pelo conjunto arquitetônico colonial da cidade e pela exuberante fauna e flora da Mata Atlântica.